Do IFSul para a Google. INSPIRE-SE com as dicas da ex-aluna do instituto que hoje trabalha para uma das maiores empresas de tecnologia do mundo
“Laboratório de eletrônica, CTG, jogos intercursos,...”: Carolina Brum conta que aproveitou intensamente as oportunidades oferecidas pelo instituto em diferentes áreas
Sabe aquelas pessoas ligadas no 220 V, daquele tipo “vamos? Vamos!”? A egressa do curso de eletrônica do IFSul e hoje pesquisadora da Google, Carolina Brum, é assim. Com uma agenda lotadíssima – em dias ~normais~, ela chega a trabalhar por volta de 14 horas seguidas! –, a pós-doutora em neuroengenharia não se acanha em arranjar um tempinho para uma entrevista ao instituto que, segundo ela, foi a sua primeira janela para o mundo (sim, o IFSul! *-*). <3
E é ÓBVIO que a conversa não seria uma entrevista qualquer. Com uma pesquisadora de uma das mais importantes empresas de tecnologia do mundo, a entrevista teria que envolver, CLARO, tecnologia. E não é que em UMA HORA de conversa por videoconferência (Carol, mil desculpas por termos te atrasado para a tua aula de pilates!) ela contou tudo sobre a sua rotina, a sua história no instituto, as suas motivações de pesquisa e como você, estudante, pode fazer para ir muuuuuuito longe também! 😃
Ou seja, você já deve ter sentido a vibe: o #FicaDica dessa semana vai ser um pouquinho diferente. Como o assunto da vez é “Conhecimento na prática”, em que nós vamos te mostrar direitinho como e por que participar de projetos de ensino, pesquisa e extensão no seu câmpus, resolvemos começar a nossa conversa com um exemplo bem prático – a Carol!! – de onde essas experiências podem te levar!
#Foifoi se inspirar um pouquinho na história dela e começar a participar de projetos LINDOS <3 no seu câmpus?
~> Sem medo dos desafios
Imagina trabalhar para uma das maiores empresas de tecnologia do mundo e ser responsável por desenvolver um dispositivo capaz de detectar o movimento dos seus dedos e transformá-lo em comandos para equipamentos eletrônicos. Ufa, não é pouca coisa. MESMO! Mas é exatamente nisso que a Carol está trabalhando, junto a outros três pesquisadores estrangeiros.
De Santa Catarina, ela trabalha de forma remota diretamente com os outros colegas desenvolvedores dessa tecnologia. É claaaaaaaro que quando os prazos chegam na reta final, eles se reúnem presencialmente lá na Google e aproveitam aquelas salas de jogos maravilhosas discutem todos os resultados a que chegaram. E não é nada fácil!
“Por se tratar de inovação, esse projeto tem um desafio tecnológico altíssimo. Trabalho em regime de dedicação exclusiva nesse projeto para desenvolvermos uma tecnologia totalmente voltada ao corpo humano. Fui convidada a esse projeto da Google graças ao trabalho multidisciplinar que realizava no doutorado, quando eu trabalhava com sensores cuja aplicação ia de arte a medicina. Eu fazia experimentos com jogadores profissionais de baseball, bailarinos e músicos!”
Uau! *-* Imagina que legal misturar áreas assim diferentes em um mesmo trabalho? Pois é, a Carol conta que as responsabilidades dela no trabalho também são multidisciplinares, envolvendo processamento de sinais, aprendizado de máquina e análise de movimento.
~> Vício em descobrir
Sabe aquele momento de testar na prática tudo aquilo que você aprendeu na sala de aula? Os laboratórios do seu curso são exatamente para isso. E na época em que a Carol estudou no IFSul (quando o câmpus Pelotas ainda se chamava ETFPel), ela já sabia bem que os laboratórios também poderiam ser sinônimo de diversão. Diversão, SIM, ué! Olha só:
“Nunca gostei de fazer e pensar ‘dentro da caixinha’, então eu estudava de manhã e ia bater na porta da sala do Paulinho, um técnico que era responsável pela manutenção dos equipamentos dos laboratórios, e ficava lá incomodando ele (rsrs). Não tinha o espaço formal para a pesquisa como tem hoje, mas sempre dávamos um jeito de ir para os laboratórios depois da aula. A gente ficava montando plaquinhas na biblioteca às vezes. Além disso, meu pai era daqueles de arrumar tudo dentro de casa, minha mãe também sempre foi muito inteligente, e eu herdei essa curiosidade, essa vontade de descobrir as coisas. Eu gostava de abrir aparelhos eletrônicos para ver como funcionavam, e foi no IFSul que comecei a testar o ‘e se?’: ‘e se eu fizer assim? E se eu usar esse componente, o que acontece?’”
E esse envolvimento com a pesquisa fez toda a diferença na trajetória profissional e acadêmica dela. “Quando fiz minha graduação em engenharia elétrica, era comum que os alunos começassem a ser convidados a participar bolsas de pesquisa somente a partir do 5º ou 6º semestre. Mas, pela minha formação técnica e minha familiaridade com os equipamentos, já comecei a me integrar na pesquisa a partir do primeiro semestre”.
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~> Saia da caixinha
Uma das principais dicas da Carol para quem quer desenvolver todo o seu potencial é sair da caixinha. É aproveitar o seu tempo no IFSul para participar de diferentes projetos e ir descobrindo aquilo que faz seu olho brilhar! *-* Olha só essa dica SUPER que ela passou!
“Essa é a hora de EXPERIMENTAR! Com as atividades extraclasses, você pode ter ‘amostrinhas’ de diferentes áreas para conhecer aquilo que mais te agrada. Vai lá, participa de um grupo de pesquisa em mecânica, faz oficina de teatro, vai às palestras...”
E, além de experimentar diferentes atividades, a Carol entregou o ouro falou de outra técnica que ela usa para adquirir mais conhecimento, desenvolver a sua criatividade e aprimorar os seus métodos de pesquisa: sair da sua zona de conforto e conhecer outras áreas:
“No MIT, onde fiz parte do meu doutorado, há um grupo de pesquisadores na área de genoma humano. Eu não entendo nada de genoma, mas de vez em quando participo de palestras dessa área porque, mesmo que eu não domine aquele assunto, eu sempre posso descobrir formas diferentes de resolver problemas da minha área pegando métodos emprestados”.
~> De tudo um pouco
Você já deve ter ouvido que o IFSul é a segunda casa de muita gente. E é mesmo. Quando você se envolve em atividades que gosta no instituto, não dá nem vontade de voltar para casa (desculpa, família, mas é por uma boa causa!). E a Carol sentia isso quando estudava aqui.
“Sempre me vem um turbilhão de memórias na cabeça quando lembro meus tempos de ETFPel, porque o IFSul foi a minha primeira janela para o mundo. Aproveitei o meu tempo no técnico para conhecer tudo a que tinha direito. Eu vendia ingresso para as festas, participava de pesquisa na eletrônica, fazia parte do CTG, ficava envolvida no Intercursos e, muitas vezes, não era o que se chama de aluno ideal”
~> Calma, nada é definitivo!
Ok, você se identificou com a Carol quando ela disse que participava de tudo ao mesmo tempo, mas tem medo de que isso possa te atrapalhar depois na hora de tomar decisões? A boa notícia é que você não está sozinho! A Carol passou pela mesma coisa e viu que esse ~monstro~ não é tudo isso!
“Quando somos mais novos, costumamos ter um certo medo de fazer uma escolha profissional porque ficamos pensando que aquilo vai ser para o resto da vida. Como eu sempre tive o pé nas artes também, meu maior pânico era escolher entre fazer algo nessa área ou ir mesmo para a engenharia. Mas depois, a partir do doutorado, eu comecei a unir essas duas paixões e descobri que nada é tão estático assim. Sempre dá para dar uma voltinha”.
~> #FocaNosEstudos
A gente já contou que a Carol chega a ficar, em dias NORMAIS, cerca de 14 horas envolvida com a sua pesquisa. Você não precisa ficar taaaaaanto tempo assim envolvido com os estudos (até porque cada um vai ter sua própria forma de organização), mas é importante seguir algumas dicas para otimizar o seu tempo.
Então, antes de postar mais uma foto no Instagram (aliás, segue a gente lá: @ifsul_oficial #momentomerchand), dá um conferes nessa dica da Carol: “Deixa o Facebook um pouco de lado e aproveita tudo o que a internet tem a oferecer! Hoje o mundo está na palma da nossa mão, basta saber procurar e ter FOCO!” Vem ver algumas dicas que ela nos passou sobre esse assunto:
Mas, falando em tempo para os estudos, ficou curioso para saber como é a rotina da nossa ilustre ex-aluna?
“Meu tempo de trabalho varia bastante, mas costumo ficar envolvida com a pesquisa cerca de 14 horas por dia. Às vezes, preciso de até duas horas pra entrar dentro do problema matemático, para então a solução do problema começar a fluir. E se está rendendo, não dá para parar. A minha rotina é sentar na frente do computador, me isolar completamente de tudo na volta e focar na pesquisa. Mas quando estamos lá na Google terminando alguma etapa do projeto, nem chegamos a ir para casa! Sorte que lá eles quase colocam a comida na nossa boca (rsrs), porque temos tudo que precisamos à disposição”.
Ufa, puxado, hein? o.O
~> #GirlPower
Talvez você nem tenha se dado conta porque hoje em dia é (ou deveria ser!) supercomum ver mulheres na ciência, mas a Carol nos contou que nem sempre foi assim. #pasmem
Mas olha só essa sacada que a Carol teve já naquela época. Já pensou usar uma regra gramatical para ir em busca de uma vaga de estágio? 👏
“Na época em que estudava no técnico, vi um anúncio de estágio de uma empresa que pedia ‘estudantes de eletrônica, do sexo masculino, para estágio’. Como aprendi em português que um aposto pode ser retirado da frase sem prejuízo do texto (rsrs), ignorei essa parte do anúncio e apareci na seleção. Era só eu de menina no meio de um monte de homens, mas não me intimidei”.
Apesar disso parecer tão inadequado, principalmente nos dias atuais, ela lembra que ainda existe, infelizmente, algumas barreiras a serem vencidas. No trabalho, por exemplo, ela comenta que ainda é comum as pessoas se dirigirem primeiramente a um profissional homem (mesmo que ele tenha menos qualificação técnica ou seja de algum cargo hierarquicamente inferior) para tratar de algum assunto. “São comportamentos muito sutis, mas mostram que precisamos estar sempre conquistando um reconhecimento que deveria depender apenas da nossa qualificação”.
Tudo isso para dizer apenas uma coisa: meninas, vamos conquistar nosso espaço na ciência? #gogo \o/
~> Desenvolva seu “coeficiente de sevirômetro”
Quando a Carol disse que o IFSul foi a sua primeira janela para o mundo, ela não estava brincando! Moradora durante toda a infância no Areal, um bairro de Pelotas, ela lembra que o ETFPel era o único lugar onde ela tinha contato com pessoas diferentes e onde tinha acesso a equipamentos e materiais para fazer suas primeiras descobertas científicas.
Maaaaaaas nem tudo eram flores (ou, nesse caso, equipamentos adequados). Como, na época, os laboratórios ainda não recebiam os mesmos investimentos, os estudantes tinham que sair da sua zona de conforto e descobrir possibilidades para driblar a falta de alguns recursos.
“Meu coeficiente de ‘sevirômetro’ ajudou muito na minha carreira. Como tínhamos que descobrir saídas para fazer as nossas pesquisas com poucos recursos, sempre exercitamos muito a nossa criatividade”.
Ou seja, mesmo quando não temos os melhores recursos do mundo, ainda assim não é motivo para desanimar. Dá uma olhada nessa dica dela:
~> Ficou animado com as dicas da Carol? Então chegou a hora de colocar seu espírito inovador a funcionar também! Fica ligado que a continuação do #FicaDica dessa semana será sobre como participar de projetos no seu câmpus. Aguarde! ;)
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