Galeria Cultural do IFSul recebe a exposição Origens

Será aberta oficialmente, nesta segunda-feira (10), às 16h, a exposição Origens, na Galeria Cultural do IFSul. A exposição, que reúne trabalhos das artistas Carla Borin, Francis Silva e Rejane Brayer, poderá ser visitada pelo público até o dia 10 de agosto. A Galeria Cultural do IFSul fica localizada na Reitoria da instituição, em Pelotas (Gonçalves Chaves, 3218).

A mostra, que conta com curadoria de Francis Silva, reúne objetos, pinturas, fotografias e desenhos produzidos pelas três artistas convidadas. Em suas obras, de arte contemporânea, as artistas trazem referências de origem mitológica e de tempos passados para abordar uma série de objetos simbólicos, como a fertilidade e a abundância, a força humana e da natureza.

De acordo com Francis, em seu texto curatorial da mostra, “o ato da criação é também um começo, um ponto de partida”. A partir dessa perspectiva, ela destaca que o fazer artístico atuaria como um rasgo no tempo produzindo origens e buscando uma gênese a ser revelada.

Saiba mais - A Galeria Cultural do IFSul está vinculada à Coordenadoria de Cultura e Eventos da Pró-reitoria de Extensão e Cultura e tem como missão divulgar trabalhos artísticos e culturais, através de exposições que articulem ensino, pesquisa e extensão e que favoreçam um diálogo entre a instituição e a comunidade tendo a arte e a cultura como veículo de mediação.

Confira o texto curatorial da exposição

ORIGENS προέλευση

Uma criação artística é formada de muitas ideias.

Cada obra realizada, carrega consigo um tanto de memórias, de leituras, experiências culturais e de vida. Dimensões que são acionadas pelos sentidos, formando daí conexões e sinapses de ideias articuladas enquanto ela, a obra, é concebida. Como disse a artista Louise Bourgeois - o artista vive de “recriar experiências...”, e, o pulsar de suas práticas “permite fazer mais do que pensam ser capazes de fazer”. Suave jeito de dizer do encantamento que se tem pela arte.

O ato da criação é também um começo, um ponto de partida. Então, como trabalhador(a) de ideias, o a artista rasga o tempo produzindo origens? Acreditamos que sim. Mas longe de pretender se aproximar do “texto sacro, o livro das origens” como o conhecemos. Mesmo assim, há desafios constantes.

Esses artistas se veem na agonia de pescar para si complexos processos de criação, buscando uma gênese para ser revelada.

Na mostra Origens, participam três mulheres que produzem objetos, pintam, fotografam e desenham, trazem em suas obras, temas referenciais de origem mitológica, de tempos passados e de formação de sistemas, transportados para o campo da Arte Contemporânea. Abordam objetos-símbolos como: da fertilidade e abundância, de antigos espaços fabris, da forma humana e da natureza. E de estruturas como: deslocamentos de vapores e líquidos, celulares e erosões de superfícies. Repare! A arte alimenta e atualiza constantemente a origem das coisas através das produções artísticas.

Quando o poeta e escritor Manuel de Barros diz - “As coisas... Elas desejam ser olhadas de azul – Que nem uma criança que você olha de ave.”, ele nos coloca no lugar de um observador que olha com profundidade e que faz apreensão pelos sentidos. Aqui o poeta nos põe numa dimensão estética que diante das obras em exibição possamos aperceber e identificar nelas algumas de suas origens.

Por Francis Silva - Artista, produtora e curadora independente

As artistas

Carla Borin é artista/professora independente, natural de Santa Maria. Atualmente trabalha em seu ateliê com pesquisa em pintura, onde desenvolve sua poética individual e também acompanha processos de criação de outras pessoas, através de orientações, oficinas de pintura e curadorias. Carla é especialista e mestre em Pintura pela UFPel e participou de várias exposições no Brasil e no exterior. 

Francis Silva, natural de Santa Fé/RN, mora em Pelotas desde 1996. É artista visual, produtora e curadora independente, com graduação em artes e pós-graduação em Patrimônio Cultural pela UFPel. É autora/produtora do projeto independente e coletivo EntreLínguas Internacional. Participou de exposições individuais e coletivas, dentro e fora do país desde 2006, além de produzir e fazer curadorias de exposições coletivas nacionais e internacionais.

Rejane Brayer, natural de Santa Vitória do Palmar, reside atualmente na cidade de Pelotas. É bacharel em Artes Visuais pela UFPel e sócia fundadora do espaço cultural Arquipélago Casa Atelier. Participou de várias exposições coletivas nacionais na cidade de Pelotas, Porto Alegre, Florianópolis/SC, Natal/RN e Rio de Janeiro/RJ; de exposições coletivas internacionais através do Projeto EntreLínguas e da residência artística Pelotas/Praia do Hermenegildo/Uruguai.