IFSul oferece educação inclusiva no ensino médio técnico

O IFSul estabeleceu neste primeiro semestre de 2018 reserva de vagas em seus cursos técnicos para estudantes com necessidades específicas. No câmpus Sapucaia do Sul 21 alunos foram aprovados nesta modalidade de cota - recorde entre todos os 14 câmpus do IFSul no Estado. Com o intuito de discutir os desafios relacionados à adaptação das escolas regulares a estes estudantes, a unidade vai promover ao longo de 2018 o Ciclo de Formação em Educação Inclusiva. As inscrições são gratuitas e abertas à comunidade acadêmica e externa, especialmente docentes e servidores de escolas.

A iniciativa prevê a realização de palestras, oficinas e debates. A primeira atividade será dia 22 de março, quando a chefe do Departamento de Ações Inclusivas do IFSul, Rosane Hüsken, falará sobre Educação inclusiva: impasses e conflitos da docência. A palestra começa às 16h45min, é aberta ao público e o link para as inscrições está disponível AQUI.

A coordenadora do Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) do câmpus , organizador do Ciclo, Vanessa Dagostim Pires, comenta que a grande procura por estas cotas no último processo seletivo não foi uma surpresa. "As escolas de ensino fundamental já possuem programas de inclusão há mais tempo, e agora estes alunos cresceram e estão chegando no ensino médio e no ensino superior, criando esta demanda”, explica.

Nos cursos técnicos diurnos em eventos, informática e plásticos, 17 estudantes ingressaram por esta modalidade de cotas, além de quatro no curso técnico em administração (EJA), que conta com um processo seletivo diferenciado, mas que também previu pela primeira vez a reserva de vagas para estudantes com necessidades específicas. Entre os 21 alunos que ingressaram neste semestre estão jovens com cegueira, síndrome de down, autismo e deficiência intelectual.

Desde o ano passado o câmpus  intensificou o processo de adaptação da escola à alunos com necessidades específicas. Ao longo de 2017 foram promovidas pelo Napne diversos encontros de formação, foi montada uma sala de recursos, que passou a contar com dois estagiários de ensino superior e monitores, além de concluída a acessibilidade de toda a área física do câmpus para cadeirantes.

Para 2018 o IFSul prevê ofertar três tipos de formação: um curso EAD oferecido pela Reitoria para servidores do Instituto, encontros mensais promovidos pela Coordenadoria Pedagógica da unidade, além do Ciclo de Formação organizado pelo Napne  e aberto também à comunidade externa. Além disso, está sendo executada a acessibilidade arquitetônica para cegos, com piso tátil e identificação das salas em braile, projetados e executados no próprio câmpus, e o plano de ensino está sendo adaptado individualmente, de acordo com as necessidades de cada aluno, baseado na Política de Inclusão e Acessibilidade do IFSul.

Vanessa admite que, apesar de tudo o que já foi feito e o que está sendo executado, nenhuma escola regular está totalmente preparada para receber estudantes com todos os tipos de deficiência, mas frisa que o IFSul assume com entusiasmo o desafio. "Temos professores muito bem qualificados, uma boa estrutura estamos buscando nos aperfeiçoar, estamos nos dedicando muito”, conta.  

Confira a programação completa do Ciclo de Formação em Educação Inclusiva no primeiro semestre:

22 de março - Educação inclusiva: impasses e conflitos da docência. Rosane Bom Hüsken (IFSul Pelotas);

26 de abril - Oficina: Produção de material didático para deficientes visuais. Fernanda Falkoski (SMED Campo Bom);

10 de maio - Autismo. Nelson Kirst (Instituição Pandorga);

14 de junho - Adaptação Curricular. Andréia Collares (IFSul Charqueadas);

05 de julho - Deficiência Intelectual. Raquel Fröhlich (Unisinos).