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Dirigentes do IFSul participam de atividades com ministro da Cultura em Jaguarão

Juca Ferreira reuniu-se com gestores de entidades educacionais que desenvolvem atividades na fronteira

  • Escrito por Coordenadoria de Comunicação Social
  • Publicado: Quarta, 24 de Junho de 2015, 09h09
  • Última atualização em Quarta, 24 de Junho de 2015, 13h19

 

O Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) foi uma das instituições de ensino que acompanhou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, em sua extensa agenda cumprida em Jaguarão nesse sábado (30). Com o objetivo principal de ministrar a palestra Diálogo da Fronteira, na qual participou de uma roda de conversa com artistas, gestores e produtores culturais da divisa do Brasil com o Uruguai, Juca Ferreira reuniu-se, também, com gestores das entidades educacionais que desenvolvem atividades nessas regiões. Durante o dia, o ministro conheceu as futuras instalações do Centro de Interpretação do Pampa e oficializou a entrega da placa que reconhece a Ponte Internacional Barão de Mauá como patrimônio cultural do Mercosul.

Com três câmpus localizados em zonas fronteiriças – Jaguarão, Santana do Livramento e Bagé -, o IFSul expôs ao ministro os projetos que possui nessas localidades e levou representantes para acompanhar sua passagem pela cidade. Durante o almoço com os dirigentes das instituições de ensino, Juca Ferreira recebeu a última edição da revista do Instituto, o Posteiro, cuja matéria de capa aborda a experiência pioneira do IFSul, em parceria com a Universidade do Trabalho do Uruguai (UTU), na oferta de cursos binacionais com dupla diplomação. Ao inteirar-se do assunto, o ministro destacou a singularidade do trabalho realizado pelo IFSul nas regiões de fronteira. “Esta integração faz parte da nossa pauta”, enfatizou.

O ministro também salientou a necessidade do desenvolvimento de propostas educativas relacionadas à cultura neste momento em que os dois Ministérios responsáveis por estas áreas estão unidos em um trabalho conjunto. A coordenadora de Cultura da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proex) do IFSul, Sandra Corrêa Vieira, destaca a importância de abrir espaço para a cultura neste processo. Segundo ela, a existência de um setor específico na área permite pensar em propostas de vinculação das temáticas da diversidade cultural, da arte e da memória social e cultural com o currículo dos cursos ofertados pela instituição, além de possibilitar a inserção do instituto em projetos culturais ocorridos em sua área de abrangência. “Dada a importância da cultura, tanto na formação individual quanto no desenvolvimento de uma região, buscamos elaborar ações, projetos e programas que dialoguem com as comunidades onde o instituto está inserido”, ressaltou.

“Dada a importância da cultura, tanto na formação individual quanto no desenvolvimento de uma região, buscamos elaborar ações, projetos e programas que dialoguem com as comunidades onde o instituto está inserido”, destacou Sandra Vieira, coordenadora de Cultura do IFSul

A inserção do IFSul nas cidades localizadas em zonas de fronteiras é um dos pontos destacados pelo pró-reitor de Ensino, Ricardo Costa, como diferencial do instituto. “A visita do ministro a Jaguarão demonstra o quanto estamos acertados em atender, através de cursos e projetos demandados pela população local, as cidades fronteiriças nas quais implantamos câmpus”, frisou o dirigente que, na ocasião, representou o reitor Marcelo Bender.

Responsável pela unidade localizada no município, o diretor do câmpus avançado Jaguarão, Fabian Debenedetti, avalia que a oferta de um curso na área de edificações e restauro e a existência de projetos de extensão representam algumas das iniciativas desenvolvidas no câmpus para contemplar a cultura. De acordo com Debenedetti, a vinda de Juca Ferreira chancela esse trabalho. “Percebemos que a nossa proposta está inserida dentro de um projeto nacional de recuperação da memória regional e dos aspectos identitários exclusivos da fronteira”, salientou o diretor, lembrando que a solicitação de um curso na área de restauro foi uma demanda local baseada na necessidade de preservação do patrimônio histórico e cultural do município.

 

Diálogos com a fronteira

A frase “nuestro norte es el sur” estampada no fundo do palco já indicava que o assunto seria de interesse para as cidades localizadas nas divisas do país. A roda de conversa Diálogo da Fronteira, ocorrida durante a tarde na Biblioteca Pública de Jaguarão, teve como objetivo discutir uma política cultural para essas regiões. Na ocasião, acompanhado da ministra da Educação e Cultura do Uruguai, María Julia Muñoz, Juca Ferreira também anunciou o lançamento de um edital específico para pontos de cultura de fronteira.

Em sua fala, o ministro destacou o apoio oferecido pelo Ministério em transformar projetos binacionais em políticas de fronteira, a fim de retirar o peso da burocracia dessas iniciativas. “Pensem no Ministério da Cultura como o facilitador de um processo que vocês já vivem”, salientou o ministro, pedindo o engajamento dos agentes culturais e das instituições de ensino na construção dessas políticas.

Ao anunciar o lançamento, até 2016, do edital específico para pontos de cultura de fronteira, Juca Ferreira lembrou que esses espaços, existentes em cerca de 100 mil localidades do Brasil, valorizam seu ambiente através da arte e da cultura. “Muitas vezes é o único contato de determinadas comunidades com a educação e a cultura”, frisou.

Organizada para favorecer a participação dos agentes culturais presentes no evento, a roda de conversa foi dividida em dois momentos: no primeiro, os participantes anteriormente inscritos fizeram perguntas sobre a temática cultural; no segundo, o ministro, a partir das anotações realizadas durante a fala do público, comentou todas as colocações. Algumas pautas foram consideradas prioritárias pelo público: a construção de políticas culturais específicas para a fronteira, o investimento em um sistema nacional de financiamento da cultura diferente do atual modelo de renúncia fiscal, a inventariação das referências culturais e patrimônios imateriais da região, a construção de espaços de valorização e reconhecimento da cultura negra e o investimento em projetos na área do audiovisual, como o já existente Festival Internacional de Cinema da Fronteira.

Também integraram a roda de conversa o prefeito de Jaguarão, José Claudio Ferreira Martins, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, o presidente da Câmara de Vereadores de Jaguarão, Flávio Telis, o assessor do Comitê de Fronteiras Brasil-Uruguai, Ricardo Almeida, e o diretor de Relações Internacionais do MinC, Gustavo Pacheco.

Saiba mais - Os pontos de cultura são entidades culturais ou coletivos culturais que, por desenvolver ações de impacto sociocultural em suas comunidades, são certificados pelo Ministério, recebendo dele apoio institucional e financeiro. O Plano Nacional de Cultura - PNC (Lei 12.343/2010) estabelece em seu Plano de Metas o fomento de 15 mil Pontos de Cultura até 2020.

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Assunto(s): juca ferreira , cultura , jaguarão
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