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Câmpus Pelotas: professores de matemática criam videoaulas para auxiliar estudos

Vídeos são disponibilizados no YouTube

  • Publicado: Quarta, 30 de Março de 2016, 17h00
  • Última atualização em Segunda, 04 de Abril de 2016, 13h40

Os tempos mudaram. Anos atrás, quando o aluno tinha dúvidas para resolver tarefas ou estudar para provas, os livros eram as principais fontes de conteúdo. As páginas seguem sendo lidas, é claro, mas outras ferramentas têm ficado cada vez mais relevantes nos estudos modernos. Hoje, por exemplo, muitos são os que se rendem a vídeos tutoriais na internet para aprender coisas novas ou para aperfeiçoar conhecimentos. Nesta perspectiva, alunos acabam buscando amparo em vídeos que explicam como resolver problemas matemáticos ou, então, para se aprofundar em acontecimentos históricos. São infinitas as possibilidades encontradas internet afora.

Sabendo do poder da web nos estudos dos jovens e da dificuldade que estes sentiam com certas matérias, a professora de matemática Maria da Graça Peraça criou o projeto “Geometria Analítica nas Redes Sociais”. Com a colaboração do professor Rafael Montoito e do aluno bolsista Lucas Paap, o projeto de extensão surgiu quando os professores, responsáveis pela cadeira de Geometria Analítica para o ensino superior, perceberam o alto índice de reprovação de alunos na matéria.

A reprovação trazia diversos problemas: para começar, os estudantes passavam a desistir da matéria, fazendo com que a turma chegasse ao fim do semestre com menos da metade do número original de alunos. As turmas seguintes acabavam aumentando e a dificuldade na disciplina continuava. Tentando melhorar essa perspectiva, a ideia das videoaulas nasceu. Colaborador do projeto, Montoito deixa claro, contudo: “Os vídeos não substituem as aulas, mas ajudam. É um extra ao que é passado em aula”.

Em busca do sucesso acadêmico

Com a ideia e o projeto definidos, o trabalho então começa. Além dos vídeos, disponibilizados no YouTube, os professores ainda criaram um perfil no Facebook para o projeto. A ideia, claro, era aproximar ainda mais os responsáveis pelas aulas de seus alunos, que poderiam ter acesso aos vídeos e demais informações através de uma das ferramentas mais utilizadas na web. A rede social acabou estreitando contatos e ainda descentralizou o estudo, antes relegado basicamente à sala de aula.

Segundo Montoito, a Geometria Analítica exige conteúdos básicos de matemática que muitas vezes ou foram pouco ou nunca abordados nos ensinos fundamental e médio. Isso já ocasiona uma deficiência grave para uma disciplina que já se apresenta complicada por si só. Além disso, o professor ainda salienta o “choque do primeiro semestre”. Vindos de diferentes escolas e realidades, o ritmo e a abordagem no semestre inicial podem assustar os mais desavisados.

Além disso, no ensino superior, muitos dos alunos trabalham e possuem ocupações diversas. O tempo, portanto, é mais escasso. Todos estes e outros fatores ajudam nas dificuldades. Assim, os vídeos, que possuem em média 20/30 minutos, podem ser acessados a qualquer hora, de qualquer lugar e através de qualquer dispositivo, móvel ou não. A busca pelo sucesso acadêmico, subtítulo do projeto, não ficou mais fácil, mas certamente tornou-se mais acessível. 

Confira os vídeos já postados

Descentralização

Com a descentralização das aulas, que saem das salas e tomam a forma de vídeos, não são apenas os alunos do câmpus Pelotas que podem usufruir dos benefícios do projeto. Na internet, os vídeos tornaram-se abertos ao público e, assim, alunos de escolas de todo o Brasil têm acesso aos conteúdos, podendo usá-los da maneira que acharem melhor.

As videoaulas, completas, embasadas e acessíveis, receberam aprovação dos alunos, e devem seguir ajudando muita gente. Por enquanto, os vídeos abordaram apenas a Geometria Analítica, mas o objetivo é aprofundar ainda mais o assunto e expandir a ideia a outros conteúdos, como Cálculo.

O trabalho é árduo: a preparação das aulas, produção dos vídeos, filmagem e edição, por exemplo, ficavam a cargo da coordenadora, Maria da Graça. Ainda assim, a intenção é continuar e, que sabe, inspirar outros professores a fazerem o mesmo com suas disciplinas, aumentando o leque de possibilidades e estreitando laços entre professores e alunos.

 

 

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