Mostra de Produção tem apresentação de mais de uma centena de trabalhos
Estudantes de todos os câmpus apresentaram projetos de ensino, de extensão e de pesquisa desenvolvidos no IFSul
O segundo dia da Mostra de Produção do IFSul foi marcado pela diversidade de temas característica do evento. Pesquisas sobre uso de biomassa para a absorção de metais pesados, ações de extensão que incentivam a participação de meninas estudantes na área da tecnologia e projetos de ensino que miram na permanência e êxito dos estudantes são apenas alguns exemplos do que foi apresentado nas onze salas ao longo do dia.
Desde as 8h30 da manhã, estudantes de diversas áreas do conhecimento e regiões do estado alteraram a rotina do câmpus Pelotas. Nas salas de aula e laboratórios disponibilizados para as mesas de troca de experiências, foram eles que ocuparam a frente da sala e compartilharam os conhecimentos produzidos em seus projetos, sob os olhares atentos de colegas e de servidores avaliadores ou facilitadores das apresentações.
Em relação ao Ensino, foram utilizadas duas salas, uma em cada turno, e apresentados 29 trabalhos. Já as 63 ações da Extensão foram apresentadas por 107 estudantes em sete salas, quatro pela manhã e três pela tarde. Na Pesquisa, foram 21 projetos apresentados e discutidos, em uma sala por turno.
Trabalhos que se conectam
Embora haja motivos para se comemorar ao observar os números do evento, seja em participação, seja de diversificação de temas, são os relatos das experiências que garantem a maior riqueza da Mostra de Produção. São nas justificativas para o projeto, nas relações percebidas entre a teoria da sala de aula e os problemas cotidianos vividos que aparecem as melhores histórias.
Do câmpus mais distante da cidade que sedia esta edição da Mostra, vêm as estudantes Elisiane Souza Teles, 35, e Vera Regina Estevão, 32. Acadêmicas, respectivamente, dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Mecânica, participam de um projeto de Extensão que busca estimular o interesse de estudantes meninas da rede pública de ensino de Passo Fundo para as áreas de tecnologia. “Nosso objetivo é que as alunas sintam que elas também podem ocupar esses espaços, que são majoritariamente ocupados por homens”, explica Elisiane.
Paralelamente a essa apresentação, em outro andar, a estudante do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do câmpus Santana do Livramento, Maria Eduarda Maia, 19, apresenta com segurança e desenvoltura um projeto de Ensino no qual atua como programadora de um produto educacional para celulares com o objetivo de ajudar outros estudantes a melhorarem seus conhecimentos e a diminuir a evasão. De uma turma em que é uma das poucas meninas, ela mesma defende a importância de estimular outras mulheres a cursarem áreas vinculadas à tecnologia.
Na mesma sala, seu colega Thiago Maximiliano Torres, 21, também desenvolve um aplicativo para celular. Uruguaio de Rivera, sente a necessidade de levar para o outro lado da fronteira a tecnologia que vê no Brasil. Seu projeto busca dar autonomia a pessoas com baixa visão a se locomover em parques através de geolocalização e orientações sonoras. A apresentação em espanhol não parece causar estranheza a estudantes de um instituto com vários câmpus localizados em cidades de fronteira.
Essa busca por resolver problemas reais também motiva os participantes dos projetos de pesquisa. Enquanto alguns investigam a possibilidade e viabilidade de usar cascas de abacaxi e mamão como biossorventes de chumbo em efluentes, há quem pesquise tecnologias para atender as demandas de eventos como a própria Mostra, através de software livre, facilitando inscrição e administração de projetos e gerando certificados.
Em Jaguarão, duas gerações de um projeto se encontram
A empolgação e carinho pelo projeto MultIFverso da Ciência demonstrado pelas estudantes Andreza Ribeiro e Marina Rodrigues, do câmpus Jaguarão, dá o tom de como a ação de extensão desenvolvida em 2020 foi importante para suas formações. Através da divulgação científica e de visitas ao câmpus, elas buscaram mostrar para estudantes de escolas públicas com ensino fundamental completo de Jaguarão que o IFSul também é um espaço que eles podem ocupar. O objetivo, defendem, é que a comunidade veja o instituto como uma possibilidade acessível a todas as pessoas que quiserem.
Não menos empolgado, o atual bolsista da versão 2.0 do projeto, Nathan Melgares, explica que a ação segue em seu intuito, levando ao câmpus o maior número de potenciais estudantes possível. Ao final de sua apresentação, ele próprio contou que é um “filho do MultIFverso”, uma vez que a escola em que estudava foi uma das participantes da primeira edição do projeto e ele visitou o câmpus, o que o fez optar por fazer o vestibular e hoje ser aluno.
Confira a programação do terceiro e último dia da Mostra
O último dia do evento terá um minicurso sobre escrita científica, mais mesas de troca de experiências da Extensão e, antes do encerramento, a apresentação dos destaques da 16ª Jornada de Iniciação Científica e da 9ª Mostra de Extensão e Cultura. O encerramento está previsto para as 16h.
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