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Compromisso com o meio ambiente: IFSul desenvolve tecnologia para diminuir danos à natureza

Trata-se da produção de materiais com plástico biodegradável. Uma invenção que rendeu ao IFSul sua primeira patente

  • Publicado: Quinta, 10 de Junho de 2021, 09h52
  • Última atualização em Sexta, 11 de Junho de 2021, 08h50

                                                                                                                                                                                                                                                                                        

                                                              Foto: Acervo Fundação Oswaldo Cruz

 

O uso indiscriminado e descarte errado do plástico é hoje um dos maiores problemas ambientais de nosso planeta. Para que tenhamos uma ideia da gravidade da situação, segundo dados obtidos no site do Ministério do Meio Ambiente, estima-se que os resíduos plásticos provoquem anualmente a morte de mais de um milhão de aves e de outros cem mil mamíferos marinhos.

 Um problema que pode ser minimizado a partir de uma solução saída de um laboratório do IFSul. Isto porque, no câmpus Sapucaia do Sul, duas professoras se dedicaram à tarefa de produzir materiais com plástico biodegradável com rápido tempo de decomposição.

Estamos falando das professoras Cléia de Andrade Salles e Carmen Iara Walter Calcagno, que entre os anos de 2011 e 2013 desenvolveram uma tecnologia de conformação do plástico biodegradável Xantana, um polímero desenvolvido pela UFPel, que possui propriedades gomosas e espessantes com capacidade de formar filmes e matéria plástica.

Carmen explica que a Xantana é um biopolímero produzido por bactérias do gênero Xanthomonas e é usado, por exemplo, na composição de alimentos. A pesquisa desenvolvida em conjunto deu um outro olhar para o biopolímero produzido pela universidade. No IFSul houve a percepção de que se tratava de um polímero capaz de ser transformado em produtos de curto ciclo de vida, os quais podem ser colocados numa composteira para biodegradação.

“Ainda não temos dados específicos desse biopolímero, mas dependendo das condições de compostagem, poderia levar semanas para biodegradar, o que é uma grande vantagem em comparação com plásticos convencionais”, explica Carmen.

 

Para que possamos ter uma noção do que isso significa, basta compararmos com o tempo de decomposição do plástico convencionalmente usado. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, dependendo da natureza do material, o plástico pode levar até mais de 400 anos para se decompor, ou seja, desaparecer do meio.

 

A tecnologia desenvolvida pelas professoras pode ser usada, por exemplo, para a fabricação de embalagens de alimentos e, por ser de fonte renovável e biodegradável, beneficia o meio ambiente. Algo que se tornou ainda mais viável pela conquista da patente do produto.

 Concessão da patente

 Em abril deste ano, mais uma grande vitória: o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) concedeu ao IFSul a carta patente da tecnologia desenvolvida - a primeira concessão desta natureza recebida pelo instituto. Com o título de propriedade, a instituição poderá colocar o produto no mercado de forma protegida.

Para Cléia, essa concessão representa um grande estímulo para todos que trabalham com pesquisa. “É extremamente positivo para nosso instituto. Um incentivo para que aposte cada vez mais e invista em seus docentes e alunos que trabalham em diferentes projetos de pesquisa e extensão”, avalia a professora.

De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação, Vinícius Martins, a patente concedida é um efeito do amadurecimento da instituição em relação à inovação tecnológica. “Mostra que estamos desenvolvendo pesquisas que se transformam em inovação e podem ser comercializadas. Pode transformar o Brasil, que hoje importa e compra tecnologia para, no futuro, ser uma nação que produz e exporta tecnologia”, observa.

Atualmente, o IFSul tem diversos processos de pedidos de patentes em tramitação, porém o Inpi pode levar até uma década para emitir a carta patente da inovação.

O que é uma patente

Conforme o Inpi, patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores (ou autores e outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação).

Com esse título, o inventor ou o detentor da patente tem o direito de impedir terceiros, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar produto objeto de sua patente e/ou processo ou produto obtido diretamente por processo por ele patenteado.

Fontes: Ministério do Meio AmbienteInstituto Nacional da Propriedade Industrial

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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