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especial semana do meio ambiente

Energias renováveis: entenda conceitos e conheça dados fundamentais sobre o tema

Dentro da programação da Semana do Meio Ambiente, confira matéria especial a respeito de energias renováveis e saiba por que este assunto deve ser prioritário nas instituições de ensino

  • Escrito por Greice Gomes | Coordenadoria de Comunicação Social
  • Publicado: Terça, 01 de Junho de 2021, 14h43

A primeira semana de junho é conhecida como a Semana do Meio Ambiente. Além disso, no dia 29 de maio celebramos o Dia Mundial da Energia, voltado a conscientizar sobre a importância da poupança de energia e o incentivo ao uso de fontes renováveis. E que o investimento na energia fotovoltaica é um grande passo na produção de energia limpa e um motivo a ser comemorado na instituição, provavelmente você já sabe (já conferiu a matéria especial sobre a instalação de usinas fotovoltaicas em todos os câmpus do IFSul? Clique para acessar). Mas, especialmente neste período, dentro da programação da Semana do Meio Ambiente no IFSul, vale a pena entender melhor o que é, afinal, a energia limpa, a situação do estado, do país e do mundo nesse tipo de produção de energia e a importância do investimento nessa área.

Para compreender melhor o assunto, conversamos com o professor do IFSul Raul Sales, que é da área de engenharia elétrica e trabalha com eficiência energética em edificações no câmpus Passo Fundo.

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Fontes de geração de energia elétrica no Brasil e no Rio Grande do Sul

A matriz energética brasileira é uma das mais diversificadas do mundo, de acordo com o professor Raul. Dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2020, ano base de 2019, apontam que 74% do total de energia elétrica gerada para o período no Brasil teve sua origem em fontes renováveis, ou seja, provenientes de recursos naturais ilimitados por serem naturalmente reabastecidos, como sol, chuva, marés, vento.

Quando trazemos essa análise para a esfera estadual, os dados do BEN 2020 mostram que aproximadamente 84% da capacidade instalada de geração de eletricidade provém de fontes renováveis. Neste montante, explica o professor, estão centrais de geração hidrelétrica (65%), parques eólicos (17%) e geração solar (1%). “No ranking brasileiro, o Rio Grande do Sul ocupa o 3º lugar em relação a potência instalada para a geração de energia solar fotovoltaica”, destaca.

Já se considerarmos a geração de energia de forma geral - vale lembrar que a energia elétrica é apenas um dos tipos de energia -, a matriz renovável no país, segundo dados do Atlas Nacional de Eficiência Energética 2020, representa 46%, enquanto a matriz não renovável ocupa 54%. O professor Raul destaca que esses percentuais mudam bastante quando ampliamos a análise para uma perspectiva global: no mundo, apenas 14% da oferta de energia se refere a fontes renováveis, sendo 86% oriundas de fontes não renováveis.

E quais os impactos ambientais das hidrelétricas, principais geradoras de energia elétrica no Brasil?

Embora as centrais hidrelétricas produzam energia elétrica a partir de uma fonte renovável, elas precisam da construção de barragens para conter a água nos reservatórios. E é aí que está um dos grandes impactos ambientais e sociais desse tipo de geração.

“Estes projetos contemplam o alagamento de grandes áreas, por exemplo, até 13 km² no caso das Pequenas Centrais Hidrelétricas. Isto normalmente desencadeia complexos processos para a obtenção das licenças ambientais, a remoção da fauna nativa, bem como, a  desapropriação de áreas ocupadas”, comenta o professor. 

Por outro lado, ele avalia que a Geração Distribuída, que é quando a própria unidade consumidora produz a energia elétrica que precisa e disponibiliza o excedente na rede de distribuição local, através de sistema de compensação econômica do consumo de energia - maioria quase absoluta a partir de sistemas de geração fotovoltaicos -, deve crescer, já que os custos de implantação estão cada vez menores e o acesso é facilitado por meio de linhas de crédito bancárias e programas de eficiência energética.

Atrativos da energia fotovoltaica

“A geração fotovoltaica tem muito potencial de crescimento e sua participação no cenário energético nacional será cada vez maior” - Raul Sales, professor do IFSul

Além de se tratar de uma opção ambientalmente sustentável, a implementação de sistemas de geração fotovoltaica se dá também pela economicidade produzida. Por isso, ela vem sendo adotada por instituições públicas e privadas.

No caso das instituições de ensino, como os Institutos Federais, Raul destaca ainda outro importante benefício na adoção de sistemas como este. “A formação de um profissional capacitado e competente passa também pela sua vivência dentro da instituição de ensino, então esta coerência entre o que é ensinado e o que é praticado é essencial, pois é através deste processo que o conhecimento aplicado se consolida é transferido para a sociedade, transformando-a”, avalia o docente, complementando que acompanhar tendências como esta posiciona a instituição na vanguarda tecnológica e a coloca no rumo certo da excelência e da qualidade.

Como exemplo do potencial formativo da incorporação de tecnologias e sistemas de geração nas instituições de ensino, o docente traz o caso do câmpus Passo Fundo, que teve um projeto aprovado em chamada pública da Setec/MEC, dentro do Programa Nacional para o Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal (EnergIF), para a incorporação de uma segunda usina fotovoltaica na unidade. “Estas usinas serão espaços para a realização de atividades práticas e possibilitarão o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão abertos à comunidade”, comenta.

Soluções sustentáveis, um investimento para o presente e para o futuro

“O investimento neste tipo de tecnologias é o legado para as gerações futuras. Pensar em soluções sustentáveis e eficientes contribuem positivamente para a preservação do meio ambiente, melhorando, num contexto geral, a qualidade de vida da humanidade. A incorporação de matrizes energéticas limpas é um caminho sem volta. O consumo de energia vem aumentando nos últimos anos, isto está provado no crescimento demográfico, na longevidade das pessoas, no aumento do consumo de produtos industrializados, na oferta de serviços. Os desafios propostos por este tempo poderão ser contornados e superados a partir da produção do conhecimento, o apoio às pesquisas e inovação tecnológica. Finalmente, e não menos importante, a relação do ser humano com a energia precisa ser ressignificada de modo a evitar que a abundância continue gerando desperdícios, com isto, contribuiremos para que o uso da energia não seja somente eficiente,  mas, também mais inteligente, nunca falte e seja de acesso de todos.” - Raul Sales, professor do IFSul



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