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conhecimento compartilhado

Estudantes trocam experiências de pesquisa na Mostra de Produção do IFSul

Iniciativas desenvolvidas nos câmpus são apresentadas em mesas de discussão para compartilhar o conhecimento adquirido

  • Publicado: Quinta, 19 de Outubro de 2017, 07h50
  • Última atualização em Quinta, 19 de Outubro de 2017, 07h50

A Mostra de Produção é um momento de conhecer o que está sendo feito no Instituto e uma das atividades que mais representa isso são as mesas de troca de experiências, como as da Pesquisa e Inovação. Segundo o professor do câmpus Novo Hamburgo, Gabriel Luche, que mediou um dos debates, além da troca de experiências tanto dos alunos quanto dos professores que orientam as pesquisas, é muito importante que se possa reunir tantos trabalhos e dar uma visão do que cada unidade está produzindo e pesquisando.

Durante os três dias de evento, as cinco salas destinadas a darem visibilidade aos projetos de pesquisa recebem temas tão variados e interessantes que impressionam até mesmo quem está acostumado às mostras nos câmpus. Projetos que buscam desenvolver desde aplicativos de celular até identificar quais as práticas mais eficientes na maturação de goiabas. Inusitado? Pois geralmente essas ideias surgem de demandas práticas da própria região dos alunos e têm uma aplicabilidade surpreendente.

De Charqueadas, por exemplo, os estudantes Samuel Toillier de Moraes e Lucas Esteves Cunha trouxeram o protótipo de uma máquina que estão desenvolvendo para resolver um problema no próprio câmpus. Uma extrusora de polímeros. Pois é, o nome assusta um pouco quem não conhece, mas basta ouvir a apresentação bem fundamentada da dupla para perceber que se trata de uma grande ideia.

Eles contam que, há cerca de um ano, a unidade recebeu duas impressoras 3D. O alto custo dos cartuchos, no entanto, acabou limitando o uso dos equipamentos. Daí então a ideia de produzir o próprio cartucho, ou seja, moldar o plástico granulado – muito mais barato - em forma de filamentos (eis o que faz uma extrusora de polímeros!). Como isso envolve controles complexos e alta temperatura, há um ano os dois trabalham no projeto da máquina, que esperam ajudar todos os câmpus do Instituto em breve, possibilitando que vários outros projetos com impressão 3D sejam viáveis, como os de acessibilidade.

E para se ter uma ideia da diversidade de que estamos falando, basta passar para a sala ao lado. Ali o assunto é produção de alimentos. Do câmpus Pelotas-Visconde da Graça chegam as experiências trocadas ali. Enquanto a estudante Gislaine Ferraz está pesquisando as vantagens de ensacar as goiabas no pé, durante a maturação, a colega de câmpus busca identificar qual variedade de uvas pode ser alternativa para o solo e climas da região. Aline explica que, embora Pelotas não tenha um clima e um solo tão bons para o cultivo da fruta, é possível utilizar variedades mais rústicas, que podem servir de alternativa para diversificar a produção na agricultura familiar, por exemplo.

Tecnologia para resolver problemas cotidianos

Em uma mesa que vai trazer experiências na área de informática, imagina-se que o assunto vai girar em torno de códigos, linguagens de programação e termos não tão usuais para quem é de outras áreas. Também. Mas não só. As pesquisas de alunos do IFSul mostram que a tecnologia pode conversar com várias áreas e deve ser usada para resolver os problemas que se apresentam em cada comunidade.

Em Venâncio Aires, por exemplo, as enchentes comuns causadas pela cheia do Arroio Castelhano motivaram a elaboração de um site capaz de gerar gráficos com dados vindos de sensores que monitoram os níveis do arroio e enviar alertas para usuários cadastrados. Os estudantes Ariel Campos e Pâmela Frantz contam que se trata de um problema muito comum na cidade e que esperam que o projeto sirva para ajudar as pessoas a se protegerem.

Já a dupla de Charqueadas, Eduarda Keller e Bruno Rodrigues, resolveu apostar no projeto de um website que faça o cruzamento de dados de quem busca um animal de estimação para adotar e o de ONGs ou usuários que cadastrem animais abandonados. Há espaço para publicação de fotos e descrição dos pets, e o próprio site se encarrega de fazer a compatibilidade entre os bichinhos e seu possível dono.

E tanta variedade só poderia enriquecer a Mostra. Para Bruno, a ideia de juntar vários projetos na mesma sala é um diferencial. “Em vários eventos que a gente participa, quem está apresentando acaba não tendo ideia do que os outros fazem. Aqui é diferente, a gente aprende com os colegas quando vê os outros trabalhos”, defende.

O estudante de Santana do Livramento, Kevin Medeiros, concorda. Apresentando seu guia digital para auxiliar biólogos na extração de DNAs, acompanhou atento as apresentações dos colegas. Desenvolvido para ser prático e funcionar no celular, o projeto BioCalc ainda não está em funcionamento, mas os conhecimentos adquiridos já valeram a pena. “Aprendi com o projeto tecnologias que não são ensinadas no curso regular e hoje já trabalho na área por conta disso”, conta.

 

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