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Inclusão é tema de seminário com servidores do IFSul e comunidade externa

Evento, ocorrido no câmpus Pelotas, abordou a inclusão a partir de diferentes perspectivas

  • Publicado: Segunda, 26 de Junho de 2017, 12h31
  • Última atualização em Segunda, 26 de Junho de 2017, 12h31

A troca de experiências e vivências entre servidores e estudantes do IFSul, bem como com representantes de entidades e membros da comunidade, deu o tom do 5º Seminário de Ações Inclusivas do IFSul, realizado nessa sexta-feira (23), no câmpus Pelotas. No evento, as palestras e mesas programadas tiveram como foco a inclusão, vista sob diferentes aspectos.

Pela manhã, a programação contou com uma discussão sobre os caminhos transversais entre ensino, pesquisa e extensão na abordagem da educação e inclusão. As palestras foram conduzidas por Antônio Carlos Martins da Cruz, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e Jorge Amaro de Souza Borges, secretário de Planejamento, Meio Ambiente, Cultura e Turismo de Mostardas.

Trazendo a perspectiva de servidores de diferentes unidades do IFSul, a mesa promovida durante a tarde contou com discussões na área de cultura, economia solidária, inclusão, gênero e diversidade. Logo após as falas, os participantes do evento puderam propor questões aos palestrantes e compartilhar suas inquietações com o restante do público.

A realização do seminário, de acordo com a chefe do Departamento de Ações Inclusivas do IFSul, Andreia Colares, é um sinal de resistência dos núcleos e agrupamentos do instituto frente às questões ligadas à inclusão. Ao retomar o trabalho construído ao longo dos últimos anos junto aos núcleos, Andreia destacou que o trabalho desenvolvido pelo IFSul nessa área é, hoje, uma referência entre os institutos federais de todo o Brasil. “A Política de Inclusão e Acessibilidade que construímos continuará, pois cada um nós, de todas as unidades do IFSul, deixou a sua digital nessa política, e é o fortalecimento dos núcleos que fará com que essa política se fortaleça”, comentou ela, ressaltando o papel dos núcleos em promover um trabalho que ultrapasse os muros da instituição e chegue na comunidade.

Vivências compartilhadas

Após a exibição de um vídeo, Olga Pereira, servidora aposentada da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, compartilhou com os presentes um pouco do trabalho desenvolvido junto ao Departamento de Ações Inclusivas. Emocionada, a palestrante destacou que, com o trabalho desenvolvido, a equipe cumpriu o seu papel de humanizar um pouco mais o instituto. “A inclusão, assim como a educação, é um processo lento e desafiador, mas extremamente recompensador”, comentou Olga, relembrando o percurso trilhado na instituição.

Ao relatar algumas das atividades desenvolvidas no câmpus Camaquã dentro da perspectiva da inclusão, o professor de sociologia da unidade, Patrick Kovalscki, falou sobre o potencial formativo que essas ações têm. “Trabalhar com o que está na margem nos dá uma visão da educação muito mais ampla, porque a diferença nos desacomoda”, comentou o docente ao citar a atividade de aprendizagem vivencial realizada em aldeias mbyá-guarani. O professor lembra que apenas após seis anos do início das relações com a aldeia que a visita dos estudantes foi concretizada: “ao lidar com pessoas, precisamos identificar os limites e as permissões que o outro nos oferece antes de estabelecermos esse contato”. Segundo ele, justamente por possibilitar essa experiência de questionamento e vivência é que atividades como essa proporcionam experiências únicas, dificilmente obtidas apenas em sala de aula.

A própria noção de experiência foi trazida como mote pela professora de artes do câmpus Pelotas e coordenadora de Cultura do IFSul, Sandra Vieira. Ao propor uma reflexão histórica sobre o porquê de a pedagogia privilegiar alguns temas – geralmente ligados às ciências exatas – em detrimento de outros – especialmente voltados às ciências humanas e às artes –, a docente justificou que fomos treinados a ver o mundo sensível separadamente do mundo racional ou lógico, sendo a escola, inclusive, um dos dispositivos pedagógicos responsáveis pela normatização desse pensamento. “Vejo, no entanto, que a arte é extremamente importante ao nos permitir ter um afetamento com o mundo, a aprender a ler o mundo. Não pode haver inclusão, portanto, sem cultura, sem pensarmos no sensível”, comentou a docente, propondo essa inseparabilidade entre as áreas para se pensar a inclusão.

Trazendo trechos da legislação brasileira, textos de sites de notícias e excertos literários, as servidoras do câmpus Sapucaia do Sul Marlise Vitcel e Gislaine Saueressig falaram sobre o quanto o conceito de “mulher honesta”, existente até poucos anos atrás na legislação do país, ainda persiste no imaginário popular. De acordo com elas, essa ideia, anteriormente prevista na lei para justificar crimes de ódio contra a mulher, ainda é fortemente presente em nosso dia a dia, como em casos de culpabilização da vítima e em frases amplamente usadas, como “ela mereceu” ou “onde estava a mãe que permitiu isso?”. Com base nessa discussão, as servidoras propuseram ao público a reflexão sobre como os núcleos podem abordar gênero com estudantes e colegas e como construir um ambiente acadêmico livre de discriminação e preconceito.

Na inter-relação entre inclusão e economia solidária, o servidor do câmpus Pelotas Alexandre Bandeira falou sobre a capacidade desse tipo de economia de propor a construção de uma outra sociedade. Segundo ele, essa economia tem como princípio a congregação de diferentes movimentos e agrupamentos sociais na efetivação de uma sociedade mais solidária.

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Assunto(s): seminário , inclusão , ifsul
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