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Alternativas renováveis

Câmpus Sapucaia do Sul desenvolve alternativas renováveis para matérias-primas convencionais

Pesquisas realizadas no câmpus estudam novos usos para materiais renováveis como o amido e a cinza obtida com a queima da casca do arroz

  • Publicado: Sexta, 12 de Mai de 2017, 15h27
  • Última atualização em Sexta, 12 de Mai de 2017, 16h28

Parece inusitado, mas o amido proveniente do milho, da mandioca e do arroz pode ser empregado na fabricação de produtos como bandejas e filmes plásticos. Esta alternativa vem sendo desenvolvida por estudantes, docentes e pesquisadores nos laboratórios do Câmpus Sapucaia do IFSul, com o projeto Bionam. A ideia é encontrar soluções tecnológicas capazes de substituir materiais convencionais, com a vantagem de serem obtidos de fontes renováveis e compostáveis.

O Bionam começou a ser executado em 2014, após aprovação em uma chamada pública do CNPq e Ministério da Educação para apoio a projetos cooperativos de pesquisa aplicada e de extensão tecnológica. O projeto é uma iniciativa do câmpus Sapucaia e conta com a colaboração da empresa Marina Tecnologia e o Grupo de Desenvolvimento de Materiais e Tecnologias Limpas da PUC/RS. “O projeto consolida uma parceria efetiva entre as instituições e proporciona a participação de alunos de graduação e pós  graduação”, destaca a pesquisadora da PUC/RS, Rosane Ligabue.

A professora responsável, Carmen Calcagno, explica que, além de desenvolver e difundir o uso de matérias-primas de fontes renováveis, o intuito é também oportunizar aos alunos a prática dos processos, ampliando estes conhecimentos. “Envolve um aprendizado diferenciado que queríamos trazer para o Câmpus. É uma oportunidade de desenvolvimento de produtos, de técnicas de processamento, caracterização de propriedades, de ter uma visão diferente daquela obtida nas salas de aula”, analisa.

 

Desenvolvimento de propante vegetal

A cinza resultante da queima da casca do arroz é um dos maiores passivos ambientais gerados no sul do Brasil, mas uma alternativa para sua aplicação vem sendo desenvolvida também nos laboratórios do câmpus Sapucaia. Assim como o Bionam, o projeto RiceProp começou com a aprovação de recursos de fomento por edital CNPq/MEC/Setec, e conta com a parceria da empresa Marina Tecnologia e apoio da Pró-reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do IFSul (Propesp).

O RiceProp está desenvolvendo um propante renovável, obtido a partir da cinza da queima da casca do arroz - os propantes são materiais cerâmicos com alta resistência, empregados principalmente para auxiliar na extração de petróleo em grandes profundidades. “Neste primeiro momento nossa meta é dominar esta tecnologia para chegarmos a um propante similar ao tradicional, com a vantagem de ser obtido a partir de uma fonte renovável”, elucida a professora Carmen Calcagno, também coordenadora deste projeto.

O diretor-geral do câmpus Mack Léo Pedroso destaca o estímulo à inovação e ao desenvolvimento de tecnologias ambientalmente sustentáveis proporcionado tanto pelo projeto Bionam quanto pelo Riceprop, bem como a capacidade destas iniciativas de atuarem na formação de profissionais qualificados para atingir estas finalidades. “O resultado é o desenvolvimento institucional de uma cultura produtiva que se utiliza de materiais biodegradáveis de origem de matérias primas de fontes renováveis em substituição ao uso tradicional de fontes não renováveis, como o do petróleo”, analisa.

Recursos e equipamentos

Ao longo dos últimos anos os projetos Bionam e Riceprop vêm agregando uma série de recursos humanos e materiais à instituição, por meio da aprovação de fomento do CNPq/MEC/Setec e do apoio da Propesp, do Câmpus, da Marina Tecnologia e da PUC/RS. Os projetos viabilizaram a montagem do Laboratório de Desenvolvimento Integrado de Materiais e Produtos (Dimp), com a aquisição de materiais, ensaios e equipamentos.

Entre estes estão um micro moinhos de facas, um dispositivo de injeção de bancadas, uma impressora 3D e um scanner 3D. Todos foram incorporados ao patrimônio do Instituto há algumas semanas, após doação do CNPq – procedimento padrão neste tipo de aquisição. Já estão em uso pelos projetos também um moinho de bola e um banho de água com temperatura controlada, que serão incorporados posteriormente ao patrimônio do Câmpus, e outros equipamentos ainda serão adquiridos.

Foram contratados ainda por meio do Bionam e do Riceprop 36 estudantes, entre estagiários e bolsistas, que atuam ou atuaram em conjunto com os docentes – além da professora responsável, participam dos projetos os docentes Ênio Fagundes, Vinícius Martins e Durval De Barba Júnior.

Os projetos, além de usarem as instalações do Dimp, também se utilizam de outros laboratórios do Câmpus, como o de Controle de Qualidade de Polímeros, de Química, de Extrusão e Usinagem, de Laboratório de Metalurgia do Pó e de Microscopia.

Vídeo

Os projetos Bionam e Riceprop podem ser conhecidos também nos vídeos:

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