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do câmpus charqueadas para o mundo

Estudantes do IFSul embarcam para uma das maiores feiras de engenharia do mundo

Após receber medalha de ouro na Febrace, o projeto SmartLeg, do câmpus Charqueadas, será apresentado em Los Angeles

  • Publicado: Segunda, 15 de Mai de 2017, 09h57
  • Última atualização em Segunda, 15 de Mai de 2017, 09h57

Uma ideia nobre, muito esforço, estudo e dedicação geraram bons resultados. Os estudantes Arthur de Freitas, Leonardo Azzi e Luciano Sampaio, do câmpus Charqueadas, desenvolveram o projeto SmartLeg - Prótese Transfemoral Inteligente II, e estão voando longe com essa iniciativa. Após receber o primeiro lugar na categoria de Engenharia Biomédica da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), o trio, acompanhado do professor orientador Diego Lima, parte para Los Angeles, para apresentar seu projeto na Intel ISEF (International Science and Engineering Fair), uma feira internacional que acontece desde 1950 nos Estados Unidos, neste ano marcada para os dias 14 a 19 de maio. Os estudantes estão desde quinta-feira (11) em São Paulo, participando de um workshop preparatório. No sábado (13), embarcam para Los Angeles e retornam no sábado seguinte (20).

“Desenvolvemos o projeto por causa do avô do nosso colega, que sofreu amputação transfemoral. Nosso objetivo com o projeto é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros que possuem essa dificuldade”  - Luciano Sampaio, integrante do grupo

O objeto de estudo dos alunos do curso técnico em mecatrônica é uma prótese de locomoção não só mais eficaz que as já existentes no mercado, como também com um custo bem mais acessível – cerca de 13 mil reais mais barata que a distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia de desenvolver o trabalho nessa área surgiu por uma causa muito nobre. “Começamos a desenvolver o projeto por causa do avô do nosso colega Leonardo, que sofreu amputação transfemoral. Observamos a dificuldade que enfrenta durante o dia a dia para fazer tarefas simples. Nosso objetivo com o projeto é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros que possuem essa dificuldade”, conta Luciano. O trio almeja que essa prótese seja distribuída para a população. “Nós pretendemos possibilitar que a prótese seja distribuída pelo SUS, para que, com o seu menor custo, atinja o maior número de pessoas possível”, ressalta Arthur. 

Reconhecimento que rompe fronteiras 

Após o desenvolvimento do projeto, foi uma longa caminhada até Los Angeles: os alunos passaram por diversas feiras, desde a Mostra de Ciências e Tecnologias do câmpus Charqueadas (Mocitec), passando pela Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia (Mostratec) e outras tantas premiações importantes brasileiras, e chegando na Febrace, onde conquistaram a medalha de ouro. Com o primeiro lugar na Febrace veio o convite para participar da Intel ISEF, sendo um dos nove projetos que representam o Brasil na feira. Além da participação nos eventos do Brasil, o projeto também participou da 11ª Infomatrix Latinoamerica, em Guadalajara, no México – onde recebeu medalha de bronze. 

“Um trabalho tão grande não se faz sozinho. Por isto, considero este projeto, realmente, um projeto de todo o câmpus Charqueadas” - Diego Lima, professor orientador

Diego, orientador dos alunos, conta que o resultado alcançado é um grande mérito para os estudantes. “São alunos excelentes, são pessoas de bem, dedicadas, com talento e com grande potencial futuro”, comenta. Ele ressalta a importância da presença do IFSul em Charqueadas para a potencialização de talentos como esses e conta que os alunos receberam apoio de vários profissionais dentro do câmpus. “Um trabalho tão grande não se faz sozinho. Por isto, considero este projeto, realmente, um projeto de todo o câmpus Charqueadas”, destaca.

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Arthur conta que quando começaram o projeto, em 2014 – no primeiro ano dos meninos no IFSul –, eles nunca imaginaram chegar até aqui. “Por mais que a ideia inicial fosse ajudar o máximo de pessoas, nunca tivemos ideia da proporção que ele poderia tomar”, destaca. Para ele, ir ao evento é uma oportunidade única: “nós esperamos que com a participação consigamos ter trocas de experiências proveitosas com outros participantes e, ao mesmo tempo, levar o projeto a um maior número de pessoas”.

“É um recado que a gente procura passar para quem está começando a desenvolver projetos: não desistam e não pensem que não vão conseguir, porque se tiverem força de vontade, pesquisa e dedicação, sempre terão conquistas e bons resultados!” - Luciano Sampaio, integrante do grupo

Ainda em relação às expectativas sobre a Intel ISEF, Luciano conta que só em estar no evento eles já se sentem premiados. “Como é uma feira muito concorrida, vamos com uma expectativa não tão grande para receber uma premiação, mas só o fato de chegar até lá já é um grande prêmio”, ressalta. Para ele, este é mais um momento para mostrar ao exterior o trabalho que está sendo realizado no Brasil. Luciano conta, ainda, que estar no evento não é só uma questão de mérito acadêmico: é a realização de um sonho. “Ir para a Intel ISEF é o sonho de todo pesquisador, e nós pensávamos que era um sonho distante. Mas com muito esforço, dedicação e pesquisa, finalmente conseguimos atingir esse sonho”, destaca. 

Segundo eles, apesar da participação e dos prêmios serem muito importantes, o resultado do projeto já é muito gratificante. “É um recado que a gente procura passar para quem está começando a desenvolver projetos: não desistam e não pensem que não vão conseguir, porque se tiverem força de vontade, pesquisa e dedicação, sempre terão conquistas e bons resultados! Fora que o próprio resultado da pesquisa já é um ótimo prêmio”, conta Luciano.

 

Por Mariana Argoud*

* Revisão jornalística: Greice Gomes

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