Exposição “Meninos de rua” questionou visão estereotipada da sociedade
O trabalho esteve em exposição no saguão do câmpus Pelotas
Uma exposição artística montada no saguão do câmpus Pelotas colocou em xeque o conceito de “meninos de rua”. Através de uma coletânea de desenhos autorais, a estudante Brenda Klein, 16 anos, do curso técnico em comunicação visual, quis mostrar que a expressão popularmente utilizada para se referir a crianças carentes que vivem ao relento não passa de puro estereótipo.
“Qualquer um pode ser menino de rua. Todos nós podemos estar em diferentes ambientes e sermos considerados um menino de rua, cada qual com sua personalidade, seu jeito de se expressar, sua atitude e seu estilo de vida. ´Estar` na rua é diferente de ´morar` na rua”, explica Brenda.
“Meninos de rua”, aliás, dá nome à primeira exposição da vida da estudante e esteve aberta a visitação até sexta (10). Ao todo, foram dez desenhos feitos e coloridos à mão por Brenda. Os quadros estão distribuídos em pares ao longo de cinco painéis montados no saguão.
O talento para o desenho vem desde cedo. A estudante conta que aos 3 anos, incentivada pela mãe, já aprontava maravilhas com o lápis em punho. Com o tempo, foi aprimorando os traços até criar a própria identidade artística.
“Minha característica principal é desenhar figuras humanas distorcidas e abusar das cores”, conta ela, que acaba retratando nas obras boa parte do gosto pessoal, como a natureza, os grafites, a arte circense e a cultura urbana.
“Meninos de rua” foi exposta pela primeira vez na Biblioteca Pública de Pelotas, no final do ano passado. Com a exibição no câmpus Pelotas, Brenda ressalta que o número de fãs aumentou. Até a página criada há mais ou menos um ano no Facebook, onde ela costuma publicar a sua arte, acabou recebendo muito mais curtidas que o habitual.
Empolgada com o resultado, Brenda já pensa na próxima exposição, que já tem até nome: “Seres Elementais”. A proposta, revela, é mostrar desenhos de personagens famosos em folclore, contos e lendas, como fadas, sereias, entre outros. Mas todos com a mesma marca característica da artista, que são as representações distorcidas e muita cor.
“Antes de saber desenhar, acredito que o mais importante é saber ver e imaginar”, finaliza.
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