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Inclusão: provas em braile e em Libras marcam o Vestibular de Verão do IFSul

Quatro câmpus do IFSul contaram com a aplicação das provas voltadas aos candidatos com deficiência auditiva e visual

  • Publicado: Terça, 13 de Dezembro de 2016, 16h38
  • Última atualização em Terça, 13 de Dezembro de 2016, 16h42

O Vestibular de Verão do IFSul foi ainda mais inclusivo. Além da tradicional prova aplicada no processo seletivo aos cursos técnicos do instituto, o Vestibular de Verão deste ano, que ocorreu nesse domingo (11), contou com provas aplicadas em braile e em Língua Brasileira de Sinais (Libras), contemplando candidatos com deficiências visual e auditiva. As provas inclusivas aconteceram nos câmpus Charqueadas, Gravataí, Pelotas e Sapucaia do Sul.

Os recursos de acessibilidade do processo seletivo foram disponibilizados a todos os inscritos que fizeram a solicitação no momento da inscrição. Essa foi a primeira vez que o IFSul ofertou a prova em braile, após a consolidação das provas elaboradas em Libras, oferecidas no instituto desde 2014. Neste processo seletivo, foram três as provas aplicadas em braile e duas realizadas em Libras.

“Fui recebida com muito carinho e atenção pelas fiscais que ficaram comigo durante a prova” - candidata que realizou a prova em braile

Proporcionar uma condição de igualdade de possibilidades na realização do processo seletivo foi, de acordo com a chefe do Departamento de Ações Inclusivas do IFSul, Andreia Colares, a principal motivação para a oferta das provas nesses formatos. Sobre o trabalho realizado no IFSul para que as provas aconteçam, Andreia comemora: “a reclusão à que as pessoas com deficiência estavam submetidas pelos obstáculos de comunicação causados pelo desconhecimento de sua língua começam a serem vencidos e, aos poucos, derrubados no instituto”.

Possibilidade que transforma vidas

A possibilidade de realizar a prova em braile foi motivo de alegria para a estudante do primeiro ano do ensino médio, Thainá Skierecz, que disputa uma vaga para o câmpus Charqueadas. Já ansiosa pelo resultado do Vestibular, a menina comenta que gostaria muito de ser aluna da instituição por admirar o trabalho desenvolvido no instituto. “Fui recebida com muito carinho e atenção pelas fiscais que ficaram comigo durante a prova”, comenta a estudante.

Após acompanhar a adolescente na prova, a orientadora educacional do câmpus Charqueadas, Iara Cecília Ribeiro, destaca que ficou bastante emocionada por participar desse processo. “Ela me disse uma coisa que me deixou muito tocada: falou que tinha medo de não conseguir retribuir tudo o que a gente tinha feito para ela ao oferecer a prova em braile. Isso nos faz pensar sobre a importância do nosso trabalho”, diz Iara, que também é responsável pelo Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) do câmpus.

A autonomia dos inscritos na realização das provas acessíveis foi citada pelos organizadores como um dos grandes diferenciais do processo seletivo inclusivo. “Os candidatos tiveram total autonomia para ver e rever as questões quantas vezes quisessem, fato que os coloca em igualdade de condições com os demais candidatos”, destaca a intérprete de Libras do câmpus Pelotas Tânia Madeira. Segundo ela, os candidatos surdos só precisaram ser orientados sobre o funcionamento do DVD que continha a prova traduzida para que realizassem, com total independência, a resolução das questões.

A primeira aplicação da prova em braile do câmpus Gravataí também foi marcante para a unidade. Esta foi a segunda vez que o câmpus contou com a participação de um candidato com deficiência visual total, que já havia realizado o processo anteriormente. No ano anterior, a prova havia sido aplicada apenas com o auxílio de um “ledor”, profissional responsável por ler a prova ao candidato com deficiência. “Conforme relato da profissional que o acompanhou na realização da prova, percebeu-se uma evolução importante na desenvoltura dele. Nesse processo, possibilitou-se ao candidato maior autonomia e, principalmente, agilidade e entendimento na execução das questões”, destaca a chefe de gabinete da direção-geral do câmpus, Neilza Silva dos Santos.

Saiba Mais

Em 2016, o Departamento de Ações Inclusivas da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proex), juntamente com os Napnes, ampliou a acessibilidade nas provas, oportunizando aos candidatos cegos a prova em braile por meio de uma parceria com a Associação Escola Louis Braille, da cidade de Pelotas.

O sistema braile foi criado em 1825 pelo jovem francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro (Dia Mundial do Braille) de 1809. O braile é um código universal que permite às pessoas cegas beneficiar-se da escrita e da leitura, dando-lhes acesso ao conhecimento, favorecendo sua inclusão na sociedade e o pleno exercício da cidadania.

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Assunto(s): inclusão , ifsul , vestibular , libras , braile
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