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Universidades públicas e institutos federais gaúchos publicam nota à sociedade sobre enfrentamento da Covid-19

Publicado: Sexta, 01 de Mai de 2020, 16h30 | Última atualização em Sexta, 06 de Novembro de 2020, 11h00 | Acessos: 1839

Confira documento assinado por dirigentes dessas instituições

"Estamos vivendo uma emergência de saúde pública, sem precedentes em nossa história, decorrente do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Trata-se de uma crise de proporções catastróficas, segundo a Organização Mundial de Saúde.

As universidades e institutos federais gaúchos estão contribuindo de forma intensiva para o enfrentamento dessa pandemia. Uma grande parte de nossas comunidades está envolvida diretamente, tanto na assistência em saúde nos locais de prática, como em ações essenciais de pesquisa, produção de testes e equipamentos, além de ações educativas para toda a sociedade. Neste momento, direcionamos nossos recursos, como insumos, EPIs e equipamentos, disponibilizamos espaço físico e pessoal, e colaboramos com os governos federal, estadual e municipais, através do conhecimento acumulado pelos nossos pesquisadores e da atuação dedicada de toda a nossa comunidade.

Há vários anos temos apontado a necessidade de investimento em Educação e Ciência como forma de tornar o País forte na produção de tecnologia e referência mundial em inovação, possibilitando o enfrentamento de grandes problemas nacionais. O grupo das universidades e institutos federais gaúchos vêm, também, enfatizando a importância de nossas instituições para o fortalecimento do poder local (desenvolvimento do estado e dos municípios), incluindo o sistema de saúde. Os hospitais universitários e de ensino são fundamentais para a assistência à saúde de nossa população, assim como a nossa presença em diversos outros pontos da rede do Sistema Único de Saúde.

Apesar de todas as dificuldades que temos enfrentado, com corte de verbas e desvalorização de nossas instituições, continuamos lutando bravamente pelo cumprimento de nossa missão institucional. Em situações como as que agora enfrentamos, é ainda mais importante a colaboração, o que já faz parte do nosso DNA como rede de universidades e IFs, tanto no ensino, como na pesquisa, na extensão e principalmente na inovação. Temos o dever de apontar para o papel fundamental das evidências científicas na condução de nossas práticas, sobretudo em tempos de crise.

Dessa forma, pesquisadores das universidades e institutos federais e autoridades nas mais diversas áreas compuseram, um comitê científico consultivo para o enfrentamento da pandemia relacionada à COVID-19, o qual vem contribuindo, de forma substancial, para a análise dessas evidências. O engajamento da comunidade científica é intenso, com o estudo das características do vírus, permitindo o desenvolvimento de vacinas e protocolos de tratamento eficazes, ensaios rápidos e sensíveis para diagnóstico do vírus, assim como soluções para a sociedade como um todo, envolvendo diversas áreas de pesquisa.

As medidas de distanciamento físico adotadas têm sido efetivas para conter o avanço descontrolado da pandemia e prevenir o colapso do sistema de saúde. Um dos principais problemas para o estabelecimento de medidas adequadas de controle é a falta de dados robustos, e nisso nossas instituições vêm trabalhando intensamente, para subsidiar os gestores com dados e modelos confiáveis.

Assim, acreditamos que é importante insistir nas medidas de distanciamento e na Educação da população em relação às medidas de higiene e prevenção. Nos países que conseguiram obter melhor controle da pandemia, foi fundamental a participação da população. Isso demonstra a importância da educação pública de qualidade e acessível a todos para o desenvolvimento do país.

As universidades e institutos federais gaúchos permanecem atentos à sua responsabilidade com a saúde da população, recomendando que todas as medidas apontadas pela Organização Mundial de Saúde sejam adotadas com seriedade. As medidas de distanciamento físico, neste momento, são essenciais para que possamos, no futuro, retornar com segurança às atividades presenciais. Quando for planejado o retorno gradativo, as universidades e institutos federais deverão ser os últimos a retomar as aulas e eventos, porque estes representam aglomerações que podem trazer riscos de recrudescimento da COVID-19, e também porque, neste momento, todas as nossas atenções estão voltadas ao enfrentamento da pandemia e não podemos interromper essas ações enquanto elas forem necessárias para a nossa sociedade.

Seguem ações que estão sendo desenvolvidas pelas Universidades e Institutos Federais gaúchos no enfrentamento à Pandemia - COVID-19:

 

Assistência em saúde, através dos hospitais universitários, de ensino e outros serviços de saúde, com presença de docentes, discentes e técnicos;

Mobilização intensa para elaboração de projetos de pesquisa que avaliem a prevalência do SARS-CoV-2, suas características, formas de tratamento e prevenção, vacinas e outras investigações;

Produção de álcool em gel ou glicerinado, para distribuição à Secretaria de Saúde do Estado e dos municípios;

Produção de máscaras face shield, respiradores e outros materiais para auxiliar na demanda de equipamentos de proteção individual aos profissionais da saúde;

Doação de insumos e equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e luvas aos sistemas de saúde dos municípios;

Apoio operacional e logístico às ações das prefeituras, com divulgação de campanhas e disponibilização de materiais;

Realização de campanhas para arrecadação de recursos e apoio a comunidades vulneráveis;

Disponibilização de laboratórios e pessoal técnico para auxiliar na realização dos testes de diagnóstico para detecção da COVID-19;

Produção de material informativo através de textos, cards e vídeos para redes sociais com informações para a prevenção do contágio pela COVID-19;

Cadastramento de voluntários para o desenvolvimento de ações coordenadas junto às secretarias municipais e Estadual de Saúde e Ministério da Saúde;

Desenvolvimento de um mapeamento regional de zonas críticas e uso de ciência de dados para fornecer indicadores importantes, possibilitando predições, como número de infectados e disponibilidade do sistema de saúde dos municípios;

Parceria com startups, secretarias de saúde e hospitais para desenvolver um sistema de teletriagem, evitando o deslocamento de pacientes com suspeitas às unidades de saúde;

Promoção de atividades culturais;

Participação no Comitê Científico de enfrentamento à pandemia da COVID-19, formado por pesquisadores das universidades e institutos federais do RS e autoridades científicas, por solicitação do Governo do Estado;

Ações de pesquisa e extensão que objetivam garantir as atividades econômicas durante a crise provocada pela pandemia.

 

Carla Comerlato Jardim - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha - IFFAR

Cleuza Maria Sobral Dias - Universidade Federal do Rio Grande FURG

Flávio Luis Barbosa Nunes - Instituto Federal Sul-rio-grandense IFSul

Julio Xandro Heck - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - IFRS

Leonardo BeroldtUniversidade Estadual do Rio Grande do Sul- UERGS

Lucia Campos Pellanda - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre UFCSPA

Paulo Afonso Burmann - Universidade Federal de Santa Maria UFSM

Pedro Rodrigues Curi Hallal - Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Roberlaine Ribeiro Jorge - Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA

Rui Vicente Oppermann - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS"

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