IFSul inicia retomada das atividades pedagógicas de forma não presencial em diversos câmpus do estado

Um retorno às aulas diferente, sem a tradicional acolhida presencial aos estudantes cheios de expectativa, tem marcado esse início de primavera no IFSul. Os câmpus Lajeado, Novo Hamburgo, Passo Fundo e Sapiranga foram os primeiros a retomar os calendários, total ou parcialmente, através das atividades pedagógicas não presenciais (APNP). Outros sete câmpus devem fazer o mesmo ainda em outubro. Os câmpus Jaguarão, Pelotas, Pelotas – Visconde da Graça e o Centro de Referência optaram pelo calendário extraordinário, que deve iniciar também em outubro.

Depois da aprovação das diretrizes para realização das APNP, em 20 de agosto, o IFSul iniciou um novo processo de escuta da comunidade, enquanto trabalha para viabilizar o acesso de todos ao ensino remoto proposto no documento. Desde então, a maioria das unidades já decidiu pela forma de realização das atividades e trabalha em editais para compra ou empréstimo de equipamentos. Paralelamente, os departamentos de ensino elaboram os planos de atividades.

Segundo o documento aprovado com as diretrizes para a realização das APNP, os câmpus têm autonomia para decidir entre a retomada do calendário letivo, suspenso desde março deste ano, ou optar por um calendário extraordinário. No segundo caso, as atividades pedagógicas têm a finalidade de manter o vínculo dos alunos com a instituição e podem ou não ser aproveitadas quando o calendário for retomado.

Reitoria atua em diversas frentes para dar suporte ao trabalho dos câmpus

De acordo com o pró-reitor de Ensino, Rodrigo Nascimento da Silva, que acompanha o andamento dos trabalhos, 14 unidades devem estar desenvolvendo as APNP até o final de outubro e um câmpus prevê a retomada no dia 3 de novembro. Ele explica que a atuação da Pró-reitoria de Ensino (Proen) tem se dado em várias frentes. “Estamos em um trabalho árduo com todas as unidades, com reuniões individualizadas para ajudar da melhor maneira possível e, além disso, já começamos a efetivar a primeira remessa de chips de 20 GB aos alunos dos campus de Bagé, Novo Hamburgo e Passo Fundo”, conta. Conforme os dispositivos forem chegando, serão enviados aos demais câmpus.

Por outro lado, enquanto é feito o reforço de cursos de capacitação aos servidores na área de tecnologias digitais e metodologias ativas, em outra frente as concessões dos auxílios de inclusão digital já começaram a ser efetuadas e vários estudantes já estão adquirindo seus computadores, planos de dados e equipamentos acessórios. “Todos os câmpus estão muito engajados nesse novo cenário que iremos abraçar e estamos com grande entusiasmo para acolhermos nossos estudantes, da melhor forma possível”, garante o pró-reitor.

Como as atividades presenciais estão suspensas até o final de 2020, é importante que os estudantes se mantenham informados com as publicações oficiais da instituição, para que não percam nenhuma decisão importante. Além dos portal principal e dos sites oficiais dos câmpus, as direções gerais das unidades estão utilizando o telefone e as redes sociais para manter contato.

Confira abaixo a previsão de início das APNP em cada unidade:

Câmpus com calendário de retomada começam a recuperar o calendário letivo de 2020/1.

Um retorno cauteloso e de muito trabalho para os profissionais dos câmpus

Sendo a primeira unidade do IFSul a iniciar as APNP, o câmpus Lajeado optou por uma retomada gradual do calendário suspenso. No início de setembro, as turmas de pós-graduação deram início ao processo. Praticamente sem nenhum problema de acesso a equipamentos e internet, era apenas uma questão de preparar os planos de atividades. No dia 22 de setembro, foi a vez das turmas dos tecnólogos e, no dia 28, retornaram os estudantes de Ensino Médio Integrado.

Enquanto para as turmas do Ensino Superior, foi preciso resolver os problemas de acesso com o empréstimo de dois computadores, o retorno do Ensino Médio Integrado foi um desafio um pouco maior. Com cerca de 300 estudantes matriculados em dez turmas diferentes, a modalidade necessitou do empréstimo de mais de 20 computadores, oriundos dos laboratórios e salas do câmpus.

De acordo com a diretora geral da unidade, Cláudia Redecker Schwabe, a retomada mais precoce em Lajeado foi possível por algumas especificidades, como o tamanho do câmpus e o fato de terem mantido desde o início uma boa dimensão de quais eram os principais pontos críticos a serem resolvidos no momento do retorno. “Nós sempre mantivemos uma boa resposta aos formulários e sabíamos praticamente na totalidade quais seriam os pontos mais críticos para resolver”, explica, destacando que um câmpus maior certamente terá mais dificuldade em fazer isso.

A diretora conta que a retomada ainda não está completa, uma vez que não foi possível viabilizar o retorno das duas turmas do curso técnico subsequente. Os primeiros relatos do retorno por atividades remotas, porém, têm sido positivos. “Estamos monitorando cada aluno que não está participando ou que fica com a câmera desligada, mas os professores têm relatado que são muito poucos”, conta a diretora. Em geral, ela garante, os estudantes e toda a comunidade estavam ansiosos pelo retorno às atividades.

Retorno positivo nos primeiros dias de APNP

Uma das estudantes que comemorou o retorno às atividades, embora não da maneira como todos desejavam, foi Giovanna Filgueiras, de 18 anos. Ela cursa o terceiro ano do Ensino Médio Técnico Integrado em Automação Industrial no câmpus Lajeado e relata que o retorno dos colegas têm sido de tranquilidade, com poucos problemas. “Particularmente eu adorei a notícia de que teríamos o ensino remoto, ficar sem aulas teve um impacto negativo no meu dia a dia”.

Ela explica que a carga horária foi reduzida e há uma disciplina apenas por dia, o que tem contribuído para o clima de tranquilidade que tem percebido entre os colegas, com poucos problemas relatados. “Às vezes há algumas dificuldades, mas está sendo um processo de aprendizado para alunos e professores”, diz Giovanna, que é presidente do Grêmio Estudantil e representante dos quase 300 alunos do Integrado no câmpus.

Moradora da Zona Rural, Giovanna lida com os problemas que têm sido rotina para muitos estudantes pelo país: internet ruim e custos altos, mas tem conseguido acompanhar as aulas. O mais importante, para ela, é que o IFSul está dando suporte para todos que precisam e que os alunos sabem que têm com quem contar. “Os professores estão sendo super atenciosos e prestando atenção às necessidades de cada aluno”, conclui.

O câmpus Lajeado tem 460 alunos matriculados nos cursos presenciais e, em todo IFSul, esse número é de 24369, segundo os dados de 2019.