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Pesquisadores e egressos do câmpus Sapucaia conquistam primeira carta patente exclusiva do IFSul

Grupo desenvolveu um modelo de espeto de churrasco seguro para transporte

  • Published: Wednesday, 13 March 2024 08:16
  • Last Updated: Wednesday, 13 March 2024 15:11

Escrito por Patrícia Hammes Strelow | Câmpus Sapucaia do Sul

O Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) conquistou sua primeira carta patente por uma inovação desenvolvida exclusivamente por pesquisadores e estudantes da instituição. Os docentes do Câmpus Sapucaia, Carmen Calcagno e Durval de Barba Junior, junto com os então estudantes da graduação em Engenharia Mecânica, Marcelo Antônio Pires e André Luis Apollo, criaram um espeto de churrasco para acampamento seguro para o transporte. A inovação foi reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), que outorgou no último dia 17 ao IFSul a patente de modelo de utilidade.

O projeto começou a ser desenvolvido já em 2014, pelos estudantes do sexto semestre de Engenharia, dentro da proposta da disciplina de Projeto Integrador, ministrada pela professora Carmen. Ao analisarem os espetos para fogo de chão, eles identificaram que o utensílio apresenta três pontas expostas. Decidiram então trabalhar em um design que tornasse este produto seguro para o transporte. “Nós tínhamos o desafio de desenvolver um projeto, justificando claramente o uso dos materiais. No caso particular do espeto, já conhecíamos um projeto semelhante, e nossa contribuição foi um desenvolvimento incremental, onde projetamos uma forma de tornar o espeto mais seguro para o transporte”, relata Marcelo.

O churrasco de fogo de chão é tradicionalmente preparado com o uso de churrasqueiras - fixas ou móveis - e espeto. No caso das churrasqueiras móveis, elas costumam ser volumosas e de difícil transporte, e os espetos utilizados implicam risco de acidentes. O modelo desenvolvido no IFSul apresenta uma nova disposição: um espeto que pode ser utilizado sem o recurso da churrasqueira, já que uma das pontas pode ser fixada no chão, enquanto as outras duas ficam transversais e são capazes de girar a carne assada, sustentando-a sobre uma pequena fogueira. Além de dispensar o uso da churrasqueira, quando não está em uso, as pontas, potenciais causadoras de acidentes, podem ser tampadas, constituindo assim um conjunto rígido e seguro para o transporte.

Os estudantes chegaram nesta proposta de solução ainda durante a disciplina de Projeto Integrador. Em 2018, quando Marcelo passou a realizar o estágio obrigatório do curso no Laboratório de Desenvolvimento Integrado de Materiais e Produtos (Dimp), sob orientação dos professores Durval e Carmen, o projeto foi retomado, como parte das rotinas do estágio. Além de desenvolver um protótipo, ele e os docentes realizaram a busca por anterioridade no banco de dados do Inpi, constando então que a proposta realmente tratava-se de uma inovação.

O pedido da carta patente foi encaminhado ao Inpi em 2019 e concedido em 2023, o que outorga ao IFSul o direito à exclusividade na produção do espeto. Na avaliação dos docentes, a carta patente representa um reconhecimento ao trabalho de ensino, pesquisa e extensão desenvolvido dentro dos institutos federais. “É o coroamento de todo o tempo que estamos aqui dentro do laboratório, trabalhando com os alunos”, comemora o professor Durval. “Buscamos sempre incentivar os estudantes, é o nosso trabalho. Não fazemos com o intuito de obter reconhecimentos, mas ter esse resultado acaba sendo um grande estímulo”, completa Carmem.

O pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do IFSul, Vinícius Martins, destaca que o desenvolvimento de um produto inovador e a concessão de uma patente pelo Inpi é um processo longo, e que esta primeira concessão mostra o avanço da inovação no IFSul. "Significa que estamos no caminho certo no desenvolvimento de inovação de propriedade industrial com foco no impacto positivo social. Mostra que a pesquisa está avançando continuamente para levar produtos e serviços para comunidade. Nós temos grandes expectativas em novas concessões pois, ao longo desses anos, temos 150 pedidos de registros no INPI, sendo muitos softwares e muitos registros de patentes esperando a aprovação e a emissão da carta patente. Esta é a primeira de muitas", projeta.

 

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