Alunos do câmpus Charqueadas publicam livro sobre a Guerra Fria
A obra “Jovens olhares sobre a Guerra Fria” é fruto de estudos acadêmicos da disciplina de história
Um grupo de alunos do câmpus Charqueadas viveu a experiência de escrever e publicar um livro sobre um período marcante da história mundial recente: a Guerra Fria. Com base em seus estudos acadêmicos e sob a orientação do professor de história, Charles Sidarta Machado Domingos, os estudantes produziram a obra intitulada “Jovens Olhares sobre a Guerra Fria’'.
Charles Sidarta explica que todos os capítulos foram escritos a partir de fontes primárias de pesquisa. Nesse caso foi feita uma pesquisa em jornais brasileiros publicados entre os anos de 1945 e 1991, tempo em que se desenvolveu a chamada Guerra Fria.
O professor acrescenta que a obra, de 244 páginas, contém uma acurada pesquisa e interpretação histórica realizada pelos autores. Ele destaca, ainda, o fato de que todos estudantes são muito jovens. Com apenas uma exceção, todos os demais participantes nasceram entre o último ano do século XX e os primeiros anos do século XXI. Ou seja, “não compartilham a mesma experiência que outros pesquisadores de gerações anteriores tiveram com o periódico da grande imprensa como instrumento de informação e, tampouco, com o jornal como objeto físico”, observa o professor.
Charles acredita que por não terem vivido durante esse período histórico, os estudantes olharam para o conflito “com a curiosidade própria do seu tempo de vida, oxigenando a temática a partir de seus jovens olhares sobre a Guerra Fria”.
Adrian Nunes de Carvalho, estudante do quarto ano do curso técnico integrado de informática, e um dos autores do livro, também destaca o fato de a Guerra Fria ser apresentada ao público através do olhar de jovens nascidos poucos anos após o fim do conflito. Adrian conta que foi utilizada uma bibliografia especializada e renomada na área da História e os periódicos armazenados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.
Conforme o estudante, o estudo dos periódicos, enquanto fontes primárias de pesquisa, exigiu de todos um alto nível de capacitação e concentração, a fim de que pudessem transmitir aos leitores o significado da obra, apresentando “as nuances da Guerra Fria através das perspectivas de jovens que estão cursando ou são recém-formados no ensino médio técnico”, relata.
“O livro retrata um período de aproximadamente 46 anos dentro da História Contemporânea recente, partindo do fim da segunda guerra mundial, em 1945, e viajando por contextos como a guerra da Coreia; revolução cubana; assassinato de John Fitzgerald Kennedy; anos de chumbo; desastre de Chernobyl; queda do muro de Berlim e, finalmente, a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), marcando o fim da Guerra Fria, em 1991”, detalha o estudante.
Adrian ainda destaca o papel que o professor Charles Sidarta teve na produção: “O sucesso e a riqueza de informações presentes nessa obra jamais seriam possíveis sem o apoio, o incentivo e a orientação excepcional do professor”, afirma.
Segundo Karolayne de Lima Recoba, também autora da obra, o desafio, inicialmente, não foi fácil. A técnica em informática conta que a ideia de fazer uma pesquisa, usando como fonte jornais impressos era algo que nunca havia lhe ocorrido, por se tratar de uma mídia incomum em seu dia a dia. Porém, as muitas leituras acabaram trazendo para a estudante egressa do IFSul — e hoje graduanda em fisioterapia — uma nova perspectiva sobre o tema investigado.
“Muitas descobertas, pontos de vista e informações que me surpreendiam a cada dia. Estudar sobre a revolução cubana e analisar o pensamento da sociedade brasileira da época, num primeiro momento, pode parecer história passada, entretanto, a cada construção dessa história, eu percebia o quão atual e importante ela era. Recomendo a todos que leiam esse livro e espero que ele marque suas histórias tal como marcou a minha”, incentiva.
Laura Martins de Lima, técnica em mecatrônica, também assina a obra e ressalta, assim como os demais colegas, a atuação do professor: “É preciso despertar, arrisco dizer, principalmente nos jovens, o interesse pelas questões históricas, políticas e econômicas que moldaram o mundo como ele é hoje – papel muito bem desempenhado por nosso orientador”, avalia.
Ela ainda observa que a metodologia fundamentada na utilização dos periódicos da época, como fonte primária de pesquisa, permitiu-lhe estabelecer uma análise baseada em aspectos muitas vezes ocultos aos tradicionais livros didáticos: “O que, particularmente, considero como uma das maiores singularidades deste livro”, julga. “Espero que esta leitura possa fomentar, de alguma forma, o interesse de seus leitores pela História”, acrescenta Laura.
Os jovens pesquisadores são estudantes do quarto ano e também alunos formados pelo câmpus Charqueadas. Segundo o professor Charles, todos eles já participaram de várias edições da Mostra de Ciências e Tecnologias (Mocitec) promovidas pelo instituto, além de outras importantes feiras de iniciação científica nos câmpus do IFSul e de outras instituições públicas de ensino. O livro foi publicado pela Editora Coragem e está à venda.
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